O Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam que a amamentação seja exclusiva nos primeiros 6 meses, podendo se estender por até 2 anos ou mais. Além dos benefícios nutricionais e imunológicos, a amamentação pode influenciar positivamente o desenvolvimento da respiração, deglutição, fala, mastigação e até mesmo na prevenção da cárie na primeira infância, que afeta crianças até os 6 anos de idade.
Estudos indicam que bebês amamentados no primeiro ano de vida têm menos propensão a cáries dentárias do que aqueles alimentados com fórmulas infantis. A amamentação reduz a exposição ao flúor e evita o consumo precoce de açúcares, contribuindo para a prevenção da cárie.
A partir dos 6 meses, deve-se iniciar a introdução de alimentos de forma gradual e com produtos naturais de diversos grupos alimentares, como frutas, legumes, verduras, tubérculos, cereais e feijões. Evitar o consumo de açúcares e alimentos ultraprocessados até os 2 anos de idade é crucial, uma vez que esses alimentos aumentam o risco de cáries, asma, alergias, obesidade e doenças cardiovasculares no futuro.
Para Doralice Severo da Cruz, coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, a amamentação desempenha um papel fundamental na saúde bucal da criança, contribuindo para o desenvolvimento da mandíbula e dos músculos faciais, o que impacta no alinhamento correto dos dentes no futuro. Ela também destaca que a amamentação promove a sucção correta, essencial para hábitos saudáveis e uma mordida adequada.
A falta de amamentação ou o desmame precoce podem resultar em falta de estímulos para o desenvolvimento craniofacial. O uso de bicos artificiais, como mamadeiras e chupetas, pode movimentar uma musculatura inadequada, levando a problemas como hipertonia muscular e alterações na estrutura bucal.
Segundo a SB Brasil 2020/2023, que avalia a saúde bucal da população, 53,2% das crianças examinadas estavam livres de cáries, um aumento de 14% em relação ao estudo anterior. Mais de 40 mil pessoas foram avaliadas em todo o país, incluindo 7.198 crianças de 5 anos.
Atendimento
No SUS, a odontopediatria é oferecida nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), enquanto as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) contam com equipes de saúde bucal qualificadas para atender crianças e orientar sobre a amamentação.
De acordo com o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), mais de 144 mil crianças de 0 a 2 anos receberam atendimento odontológico em 2022 em todo o país, um aumento para mais de 180 mil no ano seguinte.
Equidade no SUS
O programa Brasil Sorridente, criado em 2004, visa melhorar o acesso à saúde bucal, especialmente em regiões vulneráveis. Recentemente, foi sancionada uma lei que inclui a Política Nacional de Saúde Bucal na Lei Orgânica da Saúde, garantindo o direito de todos os brasileiros a consultas odontológicas.
A Semana Mundial da Amamentação deste ano focou no apoio ao aleitamento materno para reduzir desigualdades em populações vulneráveis, minorias, pessoas com deficiência e em situações de emergência.
O Ministério da Saúde está prestes a lançar o novo Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação como parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança no SUS, reforçando valores como o direito humano à amamentação, acesso universal à saúde e equidade na atenção à saúde em todo o país.
Ana FreireMinistério da Saúde
Sou um editor por trás das cortinas do ‘Meu SUS Digital’. Meu nome é Leow, e em 2018, me formei em Desenvolvimento de Sistemas para Internet pela Uninove. Desde então, mergulhei de cabeça na interseção entre tecnologia e saúde pública. Minha jornada me levou a explorar como a digitalização pode revolucionar o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Minha paixão por programação e inovação se funde com meu compromisso em tornar a informação sobre saúde digital acessível a todos.