O setor da saúde enfrenta, nos últimos anos, desafios crescentes que vão além do que imaginávamos. Eventos como a pandemia de COVID-19 destacaram a importância de uma estrutura sólida de saúde pública, especialmente no que diz respeito à atenção primária. Um exemplo notável disso é a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que acaba de completar 30 anos e é celebrada como uma das políticas mais eficazes do Sistema Único de Saúde (SUS). Recentemente, essa temática foi debatida no 5º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em Fortaleza. Nesse evento, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, compartilhou insights sobre a necessidade de reconstrução da saúde da família, um tópico que promete transformar o cenário da saúde coletiva no Brasil.
Reconstrução da Saúde da Família é destaque em congresso da Abrasco — Ministério da Saúde
Quando se fala em saúde da família, é impossível não pensar na importância de um atendimento integral e de qualidade, que promova não somente a cura de doenças, mas também a prevenção e promoção da saúde. O foco está na criação de vínculos entre profissionais de saúde e as comunidades, promovendo um cuidado contínuo e efetivo. Durante o congresso, Felipe Proenço frisou que a reestruturação da saúde familiar abrange vários objetivos essenciais. Entre eles, um dos mais destacados foi o de enfrentar a questão da adequação do número de profissionais de saúde em relação à população a ser atendida.
O Valor da Atenção Primária à Saúde
A atenção primária à saúde é o primeiro contato do cidadão com o sistema de saúde, sendo fundamental na promoção de saúde e na prevenção de doenças. A ESF funciona como um modelo bastante eficaz nesse sentido, focando em abordar a saúde de maneira integral, com ênfase nas necessidades específicas de cada comunidade. Ao longo dos anos, o Brasil tem se empenhado em expandir e fortalecer essa estratégia.
Proenço relatou que um dos grandes desafios enfrentados é garantir que a quantidade de profissionais de saúde esteja em conformidade com o tamanho da população. Isso não apenas melhora o acesso ao atendimento, mas também reduz o tempo de espera e possibilita um atendimento mais humanizado e próximo do paciente. Além disso, enfatizou a importância de retomar as ações no território, ou seja, realizando visitas domiciliares que contribuam para um diagnóstico mais preciso das condições de saúde da comunidade.
Avanços da Estratégia de Saúde da Família
Nos últimos anos, o número de equipes de Saúde da Família tem crescido consideravelmente. Hoje, há registro de 51.665 equipes atuando em todo o Brasil. Esse aumento é um sinal animador de que as políticas de saúde estão ganhando força e mais profissionais têm se dedicado a essa área vital. Outro ponto positivo destacado por Proenço foi o avanço do programa Brasil Sorridente, que agora conta com 3.296 novas equipes voltadas para a saúde bucal. A saúde bucal, muitas vezes negligenciada, é essencial para uma saúde geral adequada e, portanto, sua inclusão nas políticas da ESF é extremamente positiva.
Desafios e Propostas para o Futuro
Apesar dos avanços já conquistados, muitos desafios ainda persistem. O secretário mencionou a necessidade de ampliar o horário de atendimento, o que poderia facilitar o acesso a um maior número de pessoas, especialmente aquelas que trabalham durante o dia. Além disso, a ampliação do atendimento a toda a família, ao longo de todas as etapas da vida, é um objetivo prioritário.
O lançamento de um novo modelo de financiamento da Atenção Primária à Saúde também é um passo importante nesse sentido. Esse modelo é organizado em três componentes principais: Saúde da Família, Saúde Bucal e Equipes Multiprofissionais. Essa nova estrutura busca viabilizar recursos adequados para que as equipes possam realizar um trabalho eficaz e de qualidade, contribuindo assim para a expansão do número de atendimentos e para a redução das desigualdades no acesso à saúde.
A Importância do Conglomerado de Saber
O congresso, que ágita o debate sobre políticas de saúde, é uma oportunidade invaluable para a troca de experiências e conhecimentos entre acadêmicos, profissionais de saúde e movimentos sociais. Este intercâmbio de saberes auxilia na construção de novas perspectivas sobre o enfrentamento das iniquidades em saúde, que são tão presentes na realidade brasileira.
Não se pode negar que o papel das universidades e da pesquisa científica é fundamental, tanto para a formação de profissionais capacitados quanto para a geração de dados e evidências que contribuam para a elaboração de políticas públicas mais eficazes.
Reconstrução da Saúde da Família é destaque em congresso da Abrasco — Ministério da Saúde: um tema que ressoa fortemente com a sociedade e que merece atenção especial. A saúde da família não deve ser considerada apenas um serviço de saúde, mas sim uma estratégia de vida coletiva que reflete o valor social que atribuímos ao bem-estar de todos os cidadãos.
Perguntas Frequentes
Como a Estratégia de Saúde da Família funciona na prática?
A Estratégia de Saúde da Família é implementada em unidades básicas de saúde, onde equipes de profissionais atuam na comunidade, realizando visitas domiciliares, atendimentos e campanhas de vacinação, entre outros serviços.
Quais são os principais objetivos da reconstrução da saúde da família?
Os principais objetivos incluem a adequação do número de profissionais à população, a expansão do horário de atendimento, a valorização das visitas domiciliares e a promoção de um atendimento integral ao longo de toda a vida.
Quais são os benefícios da Saúde da Família para a população?
Essa estratégia promove acesso mais fácil aos serviços de saúde, atendimento humanizado, prevenção de doenças, monitoramento contínuo da saúde e melhoria da qualidade de vida da população.
Como o governo pretende financiar essas melhorias na saúde?
O governo está implementando um novo modelo de financiamento da Atenção Primária à Saúde, que visa garantir recursos adequados para as equipes de saúde da família, saúde bucal e equipes multiprofissionais.
Qual é a importância da participação da comunidade nas políticas de saúde?
A participação da comunidade é fundamental, pois ela traz à tona as reais necessidades da população, contribuindo para a elaboração de políticas mais eficazes e alinhadas à realidade local.
O que podemos esperar para o futuro da Atenção Primária à Saúde?
Com a implementação das mudanças propostas e a continuidade das ações já iniciadas, espera-se uma ampliação considerável na cobertura dos serviços de Atenção Primária à Saúde, promovendo uma saúde de qualidade para todos até 2026 e além.
Conclusão
A reconstrução da saúde da família, abordada de maneira ampla e profunda durante o 5º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, é um tema que envolve não apenas o atendimento, mas a valorização das relações pessoais entre o profissional de saúde e os pacientes. O trabalho contínuo e o compromisso com as comunidades são fundamentais para que possamos avançar e garantir que todos tenham acesso a um sistema de saúde justo e igualitário.
O futuro da saúde no Brasil depende de políticas eficazes e um comprometimento coletivo para enfrentar as desigualdades que ainda persistem. Com a ESF como um farol de esperança, e com ações bem estruturadas, podemos vislumbrar um cenário onde a saúde da família se torna uma realidade acessível a todos os brasileiros. A missão de cuidar da saúde da população é um desafio, mas também uma oportunidade de construir um futuro mais igualitário e saudável para todos.
Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.