O Brasil tem demonstrado um comprometimento firme com a saúde pública e ambiental ao apoiar a eliminação gradual do uso de amálgamas dentários contendo mercúrio. Durante a 6ª Conferência das Partes da Convenção de Minamata, o Ministério da Saúde (MS) reafirmou essa intenção, colocando a saúde da população e o meio ambiente como prioridades. Esta movimentação é um passo inteiramente significativo, não apenas para o sistema de saúde nacional, mas também para as futuras gerações.
Brasil apoia a eliminação do uso dos amálgamas dentários contendo mercúrio — Ministério da Saúde
O amálgama dentário, utilizado há décadas, é uma liga que contém mercúrio, um metal pesado que pode ser prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente. Embora o Brasil tenha conseguido uma redução drástica no uso desse material — de cerca de 5% para 2% entre 2019 e 2024 — essa transição continua a ser um tópico sensível. A eliminação completa do uso de amálgamas dentários deve ocorrer até 2030, de maneira responsável e segura, conforme as diretrizes estabelecidas.
Um dos principais propósitos da Conferência é assegurar que todos os países participantes, incluindo o Brasil, se comprometam a adotar soluções que minimizem os riscos associados ao mercúrio. “Estamos confiantes de que esta transição será benéfica tanto para a saúde da população quanto para o meio ambiente”, afirmam representantes do Ministério da Saúde.
A decisão de apoiar a eliminação do uso de amálgama dentário é respaldada por estudos que demonstram os riscos que o mercúrio pode representar. Cada vez mais, a pesquisa científica aponta para matérias alternativas, como resinas compostas e ionômero de vidro, que não apenas oferecem uma opção mais segura, mas também eficácia em tratamentos odontológicos.
A importância do SUS na transição para métodos mais seguros
O Sistema Único de Saúde (SUS), vital para a promoção da saúde no Brasil, desempenha um papel fundamental nesta mudança. O Brasil enfatiza que a eliminação do uso de amálgamas dentários deve ser feita de maneira gradual para garantir que o acesso a tratamentos de saúde bucal essenciais não seja comprometido. O programa Brasil Sorridente, que já conta com mais de 34 mil equipes de saúde bucal, tem sido crucial para aumentar o acesso a tratamentos alternativos.
Entre as alternativas disponíveis, o uso de resinas compostas e ionômero de vidro tem crescido e mostrado-se eficaz em diversos casos. Estes novos materiais oferecem segurança e qualidade, permitindo que dentistas tratem caries e restaurações sem os riscos associados ao mercúrio. Esse compromisso da dentística com a saúde do paciente se alinha aos princípios do SUS, que visa proteger a população mais vulnerável.
De acordo com o coordenador-geral de Saúde Bucal do MS, Edson Hilan, “a eliminação gradativa do mercúrio na Odontologia é crucial. Estamos fazendo isso de forma consciente, assegurando que não haja ruptura no acesso a tratamentos de qualidade”. Essa afirmação reflete uma compreensão profunda sobre as realidades enfrentadas pelas comunidades brasileiras, onde o acesso à saúde pode ser limitante.
Os impactos do mercúrio na saúde e no meio ambiente
Além de ser um grande protagonista em discussões sobre saúde bucal, o mercúrio também representa um perigo sério ao meio ambiente. Os efeitos prejudiciais da exposição ao mercúrio são bem documentados na literatura científica. O mercúrio é um líquido volumoso e altamente tóxico, que pode causar sérios problemas de saúde, incluindo distúrbios neurológicos. Populações expostas, especialmente em áreas onde o mercúrio é utilizado na extração de ouro, têm enfrentado problemas de saúde atrozes.
Quando liberado no meio ambiente, o mercúrio pode contaminar solos e corpos d’água, afetando a fauna e flora locais. Esse ciclo perigoso resulta na bioacumulação do mercúrio nos organismos vivos, o que aumenta a toxicidade das cadeias alimentares. Assim, tanto a saúde humana quanto a ambiental estão interligadas e o compromisso do Brasil em reduzir o uso de amálgama dentário é um passo firmemente positivo.
Importante lembrar que a preocupação com esses impactos vem de uma longa tradição de busca por práticas mais sustentáveis e saudáveis. O Plano Estratégico para Medidas de Atenção, Vigilância e Promoção à Saúde de Populações Expostas e Potencialmente Expostas ao Mercúrio é uma iniciativa relevante e reflete o almejado esforço do Brasil em proteger sua população. O documento é um compilado de diretrizes que busca prevenir a exposição ao mercúrio e criar um modelo de saúde pública mais eficaz na proteção da saúde coletiva.
Medidas e alternativas para a saúde bucal
Para a odontologia, a identificação de alternativas à amálgama dentário é vital. Nos últimos anos, o aumento do uso de novos materiais de restauração, como resinas compostas e ionômero de vidro, tem mostrado à comunidade odontológica que podemos trabalhar com segurança e eficácia. O uso de amálgama encapsulado, promovido pelo Brasil desde 2017, é um exemplo de como é possível manusear materiais dentários de maneira a minimizar os riscos.
Os estudos também mostram que as novas opções de materiais estão se tornando cada vez mais acessíveis e que a pesquisa está sendo direcionada para melhorar a durabilidade e estética dessas soluções. Os dentistas têm, agora, a responsabilidade de se atualizarem e estarem cientes sobre a segurança e eficácia desses novos materiais.
Perguntas Frequentes
Quais são os principais riscos associados ao uso de amálgama dentário?
O uso de amálgama dentário pode resultar em exposição ao mercúrio, que é tóxico e prejudicial à saúde, podendo causar danos neurológicos.
O Brasil já reduziu significativamente o uso de amálgama dentário?
Sim, de 2019 a 2024, o uso de amálgama dentário no Brasil caiu de cerca de 5% para 2% em procedimentos restauradores.
Quais são os materiais alternativos ao amálgama?
Os principais materiais alternativos incluem resinas compostas e ionômero de vidro, que oferecem segurança e eficácia.
O que é o Plano Estratégico para Medidas de Atenção ao Mercúrio?
É um documento que define diretrizes para a proteção da saúde de populações expostas ao mercúrio, alinhado com os objetivos da Convenção de Minamata.
Quem atua no fortalecimento da saúde bucal no Brasil?
O Brasil Sorridente é um programa que fortalece as equipes de saúde bucal, promovendo o acesso ao tratamento em todo o país.
O que se espera do Brasil até 2030 em relação ao uso de amálgama dentário?
O Brasil pretende eliminar completamente o uso de amálgama dentário até 2030, adotando soluções seguras e eficazes.
Conclusão
A atitude proativa do Brasil em direção à eliminação do uso de amálgamas dentários contendo mercúrio reflete um compromisso com a saúde pública e a sustentabilidade ambiental. Com um plano bem delineado e o engajamento de várias entidades envolvidas, o país busca não apenas proteger sua população, mas também servir de exemplo a outras nações. A transição para alternativas mais seguras é um passo fundamental que pode ter impactos positivos no cuidado da saúde e na preservação do meio ambiente. Em um mundo que precisa cada vez mais de ações concretas e sustentáveis, a posição do Brasil é, sem dúvida, otimista e promissora.

Editora do blog ‘Meu SUS Digital’ é apaixonada por saúde pública e tecnologia, dedicada a fornecer conteúdo relevante e informativo sobre como a digitalização está transformando o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.